domingo, 26 de abril de 2015

O NASCER DA BRUXA TRADICIONAL


"Estamos habituados a julgar os outros por nós próprios e, se os absolvemos complacentemente dos nossos defeitos, condenamo-los com severidade por não terem as nossas qualidades".

Honoré de Balzac


Nascer bruxa é reconhecer-se bruxa desde cedo e deixar seu dom fluir como as águas, independente do berço, da bandeira religiosa, e do sexo.

Nos ventos, nas brisas, na nossa respiração… sentimos o sopro de vida vindo do Universo. O ar é um fio condutor que nos une ao Grande Pai e a Grande Mãe. Ao nascermos, nós iniciamos este ritual da respiração: inspirar e expirar, onde a vida e a morte se encontram continuamente, ensinando-nos a lição mais importante no ato de viver que é compreender a própria morte como parte inseparável da vida.

As Bruxas Tradicionais pedem ajuda ao ar, quando é preciso reaprender a respirar, a viver. O ar auxilia o curador quando alguém precisa muito se dar conta da sua vida (encarnação) e da sua morte (transmutação), do inspirar (ganhar vida) e do expirar (doar vida).

A magia de verdade não é nem negra nem branca, é ambas, porque a natureza é ambas. O único bem e mal está em nosso coração.

Os antigos dizem que no aniversário de uma bruxa os ventos são mais fortes, os animais ficam agitados e a noite chega mais depressa.

Na Bruxaria Tradicional aprendemos desde criança que a palavra feitiço vem de Fetiche que significa ação sobre o futuro, só isso e nada mais, entendemos que temos que conhecer e adentrar a escuridão caminhamos com as sombras e luzes para que elas sejam equilíbrio. A vida é feita de Ordem e Caos, por isso conheça a si mesmo e conhecerá a Deusa e o Deus.



Bruxas Tradicionais são mulheres sensitivas, intensas, com vozes serenas e olhares barulhentos. Causam desconforto a outras pessoas quando olham fixamente nos olhos, pois são capazes de ler gestos e os tormentos da alma, aprendemos que a magia de verdade não é nem negra nem branca, é ambas, porque a natureza é ambas. O único bem e mal está no coração das pessoas fazem uso da palavra Bruxa, sem realmente saber o seu siguinicado.

Por entender desde cedo este siguinificado é que na Bruxaria Tradicional temos a visão de que estamos acorrentadas na terra, mas queremos asas para voar e é por isso que temos a vassoura como o nosso símbolo de liberdade. O processo é o mesmo da libertação. A Deusa das Bruxas liberta! A terra é a nossa nutrição, mas os sonhos é a nossa alma, é o vento indomável. Se você parar de sonhar com as asas, deixará de existir a liberdade e não há hierarquia para a liberdade. Religiões nutrem hierarquia, Bruxaria Tradicional não.

Os conceitos que “colhi” com meu estudo e os ensinamentos que recebi tocaram profundamente a minha alma. Dentro dessa busca encontrei uma Grande Deusa Ancestral e as palavras de Dion Fortune passaram a ser meu lema: “E a ti, que buscas me conhecer, eu digo: tua busca, teu anseio de nada te servirão sem o conhecimento do mistério de que, se aquilo que procuras não encontrar dentro de ti mesmo, jamais o encontrarás fora de ti. Pois vê, sempre estive contigo  desde o começo e sou aquilo que alcança além do desejo.”.




Por Eu pertencer a Bruxaria Tradicional é que percebo que a Deusa habita o meu ser assim como está em toda parte, pois Ela é o todo e nós somos partes dela. Descobri que a Bruxa, aquela dos contos de fadas que fascinam e ao mesmo tempo causam repulsa, tem origem muito antiga, e o que mais me encanta é perceber que mesmo após anos de perseguição a imagem da Bruxa é tão forte que sobreviveu. 

Por isto não me conformo como a palavra Bruxa ganhou tantos adjetivos ruins, pessoas que transformaram esta palavra em princípios banais, a Arte Bruxa vive em nós e em tudo, não precisamos gesticular igual, vestir roupa igual e pensar igualmente, cada ser humano é um ser ímpar, com pensamentos próprios, gestos próprios e gostos próprios, e isso deve ser preservado em sua individualidade. Nós não somos um povo que viveu numa única ilha do mundo, nós estamos em todos os lugares, e em nós, flui a tradição.

Sou uma Bruxa da Bruxaria Tradicional encontrei o meu mundo... Onde o sorriso é uma prece. Onde todo momento é sagrado. Onde dançar é divino. Onde o amor é a única lei. E onde ser natural é a única espiritualidade.

A Bruxa Tradicional é aquela que busca, conhece e utiliza as suas potencialidades. Exercita e fortalece, através delas, seus talentos e possibilidades de transmutar as energias. Ela, muitas vezes, não pertence a nenhum culto ou religião específica. É adepta e praticante da antiga magia da terra, aquela que nossas ancestrais praticavam usando as forças da Natureza manifestadas na terra, no ar, no fogo e na água. É praticante da arte da transformação que pode conviver serenamente ao lado de qualquer crença religiosa, sem interferir no respeito a esta.

A Bruxaria Tradicional tem sua arte pautada na poesia, na beleza, na sabedoria, na originalidade, na harmonia com os ciclos da natureza, nas fases da Lua, na alegria de cantar, dançar e no encantamento de viver. Ela compreende os Segredos do Sagrado Feminino, luta pela sua liberdade, orgulha-se de sua sabedoria, vivencia plenamente suas intuições e emoções, ancoradas em suas razões. Ela reverencia as Deusas, aquelas que foram cultuadas por milênios como criadoras da vida e do mundo. Ela sabe que o culto à Deusa não significa colocar uma mulher na chefia em vez de um homem, e sim uma reavaliação de valores radical de funções e de abordagens, que estimule uma cooperação maior.

A Deusa vive dentro de cada um de nós; ela clama para que sejamos verdadeiras para conosco mesmos, de modo que possamos ser verdadeiros para com os outros e verdadeiros para com ela. Ela é a inspiração e o poder que existe dentro de nós.

Selma – 3fasesdalua

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